Uma brisa de Poesia

Um blogspot de ternura pela poesia. Aqui, Mafalda Chambel.

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Sunday, July 20, 2008

Babel

Deixa-me respirar-te

Enquanto a vida é vida,

Enquanto estou acordada para ti.


O sol nasce:

Papoilas, girassóis, borboletas

Em câmara lenta ganham cores

E batem asas, e batem pétalas,

Voam para além dos nossos sonhos.


O coração começa a bater

À medida que me dou

E na entrega sou o espelho de ti.


Sempre te imaginaste a amar como eu,

Sempre te viste a sentir

Como se o tempo batesse no zero

E tudo estivesse a acabar

E

Tudo

Estivesse a acabar

E tudo,

Tudo estivesse a começar.


Deixa-me respirar-te

Enquanto a vida somos nós,

Enquanto estou acordada para sermos.


Escorre uma lágrima

E junta-se às pétalas de água

Feitas de Céu

Que caem sobre a terra que pisamos.


Não houve um dia em que não pensasse em ti.


Vejo o ramo a dançar à melodia do amor que nos enfeitiça.

A brisa leva-me até aos teus lábios.


Fecha os olhos.


A seta já nos trespassou o coração

Dentro do espaço

Dentro do Tempo...

A seta afiada do Amor...


Mas não mais o peito sangra.


Deixa-me respirar contigo

Pois se não for contigo... não mais,

Não mais!


Estou dentro de ti

Enquanto o teu coração bater ao compasso do Amor, na Humanidade.


Ventania.

Enlouquece.


Não esqueças, porém, a virtude de amar,

Como o rio foge para o mar

Como a abelha dá o mel

E como o meu coração é Babel

De emoções por ti.



in Velejar por dentro dos Sonhos