Uma brisa de Poesia

Um blogspot de ternura pela poesia. Aqui, Mafalda Chambel.

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Location: Lisbon, Queluz, Portugal

Sunday, July 20, 2008

Babel

Deixa-me respirar-te

Enquanto a vida é vida,

Enquanto estou acordada para ti.


O sol nasce:

Papoilas, girassóis, borboletas

Em câmara lenta ganham cores

E batem asas, e batem pétalas,

Voam para além dos nossos sonhos.


O coração começa a bater

À medida que me dou

E na entrega sou o espelho de ti.


Sempre te imaginaste a amar como eu,

Sempre te viste a sentir

Como se o tempo batesse no zero

E tudo estivesse a acabar

E

Tudo

Estivesse a acabar

E tudo,

Tudo estivesse a começar.


Deixa-me respirar-te

Enquanto a vida somos nós,

Enquanto estou acordada para sermos.


Escorre uma lágrima

E junta-se às pétalas de água

Feitas de Céu

Que caem sobre a terra que pisamos.


Não houve um dia em que não pensasse em ti.


Vejo o ramo a dançar à melodia do amor que nos enfeitiça.

A brisa leva-me até aos teus lábios.


Fecha os olhos.


A seta já nos trespassou o coração

Dentro do espaço

Dentro do Tempo...

A seta afiada do Amor...


Mas não mais o peito sangra.


Deixa-me respirar contigo

Pois se não for contigo... não mais,

Não mais!


Estou dentro de ti

Enquanto o teu coração bater ao compasso do Amor, na Humanidade.


Ventania.

Enlouquece.


Não esqueças, porém, a virtude de amar,

Como o rio foge para o mar

Como a abelha dá o mel

E como o meu coração é Babel

De emoções por ti.



in Velejar por dentro dos Sonhos

Wednesday, May 21, 2008

Apresentação do meu primeiro livro a solo


Apresentação do livro "Velejar por dentro dos Sonhos", pela editora CALIDUM

Data de apresentação:
24 de Maio de 2008, pelas 17 horas
Local:
Casa do Alentejo - Palácio Alverca - Rua das Portas de Santo Antão, 58 - Lisboa
Com apresentação do poeta Julião Bernardes e recital da pianista Catarina Dias Oliveira e "Porto de Honra"

Entrada Livre

http://calidum.no.sapo.pt/

Thursday, October 18, 2007

Internet

Internet


Informatização das sensações
tacteadas na formação das palavras
e do coração...
Crença virtual amplificada
nos ficheiros sentimentais transferidos
dos desejos comprimidos...

Relações simplificadas dos gestos
e dos movimentos imponderados,
fora da atracção animal
lida por detrás da retina.

Somos o que dizemos ser
sem complicações.


Mistificação da realidade,
ou um novo Mundo?







Mafalda Chambel

Sunday, January 23, 2005

Querer-vos tanto aqui!

E este poema vou dedica-lo a todos os meus amigos, que completam a minha vida. A todos, com amor...

Atado no meu coração
Está um grupo bem definido chamado os amigos,
Penso neles com grande emoção
Dando-lhes o que de melhor eu sou
Pois eles são os meus abrigos...

E procurando não os perder
Folgo, aperto, com força sentimental
Esse cordel que os ata a mim com prazer
Para que sejam sempre a minha alegria
Por maior que seja o mal que me corrói, brutal...

Eles são como tatuagens que estão gravados
Na minha pele, transpirada.
Eles são como anjos encantados
São simplesmente dádivas
Que me fazem sentir tão adorada...

E troco com eles as palavras mais sentidas
Reconstituindo memórias impossíveis de apagar
Passam a fazer parte de mim mesmo com palavras perdidas
Porque vão embora mas levam um pedaço do coração com eles
Servindo para o livro da minha vida completar...

E vou assim chegando mais perto
Já foram tantas vezes, enfim.
Mas cada vez mais aceito esse aperto
E vou assim, pouco a pouco
Descobrindo que existe um lugar para mim...

E vagueando para fora de mim
Percebo que tudo é tão material
Somente eles me enchem de alegria, assim...
Querendo-os tanto dentro, bem intrínsecos
Cheios de ternura, pois só eles fazem oscilar o meu mundo tão banal...

Thursday, December 02, 2004


pôr-do-sol Posted by Hello

Cá dentro

Nossas línguas se entrecruzando
Em laços de luxúria de amor,
Nossos corpos transpirando
Por tão forte pulsão de fervor
O movimento de aproximação
Exaltando, balançando o coração
Tal ordem, tal coordenação
Além do que é previsível
Além do foro da paixão
Um sentimento apetecível
E cada vez mais envolvente,
Algo viciante, dependente.

E procurando, rasgando o desconhecido
Libertam-se novos campos, é expansão,
A liberdade deste amor tão reconhecido
O medo do provir, a realidade o tempo ancião
E a ansiedade da verdadeira verdade
Verdade mais verdadeira que a realidade
O virgem campo agora explorado
A bênção – o amor encontrado!

E que achado, todo o conteúdo
Seu corpo parece feito de veludo
Tão fofo como a almofada
Minha cúmplice nesta enfadada
Tarde de loucura… ainda a aspergir
Todo o material, o sentir!
Não é o desejar
É o admirar
É o venerar
É o colectar
O amar!
Ar!

Oh! Almas gémeas, crença
O tempo e o amor numa balança
Esperança…

O deslizar da minha mão
O toque nas suas pernas
As festas que lhe dão arrepios
Um calor e uma leveza que me alcança
O deslizar do meu coração
O toque da minha paixão
A língua e os lábios
Deveras os mais sábios

Palavras para quê
Quando o que se lê
É o que se vê…

Cá dentro!